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Foto do escritorHospital Saha

Anvisa aprova primeiro medicamento específico contra a enxaqueca

Atualizado: 29 de jul. de 2019

O primeiro tratamento específico contra a enxaqueca chega ao Brasil ainda este ano. A droga foi aprovada no último dia 25 de março pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e agora espera uma definição de limite de preço por parte da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Mas o valor deve ser alto. Nos Estados Unidos, ele tem um custo anual de US$ 6.900 por ano.

Trata-se do medicamento biológico erenumab, comercialmente registrado como Pasurta. Ele será comercializado no país pela Novartis com previsão de chegar ao mercado consumidor entre o primeiro ou segundo semestre de 2019.


Como é realizado o novo tratamento


O tratamento consiste em uma injeção mensal do medicamento erenumab, que bloqueia uma proteína, a CGRP, que é relacionada às crises de enxaqueca. A Novartis explica que a droga pode ser utilizada por pessoas que apresentem quatro ou mais dias de cefaleia por mês.

Erenumab é o primeiro anticorpo monoclonal totalmente humano desenvolvido especificamente para bloquear os receptores do peptídeo relacionado com os genes de calcitonina (CGRP), responsável por desencadear crises de enxaqueca. Os níveis de CGRP sobem durante as crises e se normalizam quando elas acabam.

Em estudo internacional, a eficácia do erenumab na prevenção da doença foi demonstrada e a segurança é comparável ao uso de placebo. O medicamento já conta com aprovação nos Estados Unidos e na Europa.

Não se trata de uma cura para o problema, mas estudos mostram que em metade dos pacientes houve uma redução de 50% nos dias com dores de cefaleia. Em uma pesquisa internacional, que envolveu 11 mil pessoas no mundo, de 31 países diferentes, incluindo o Brasil, os pacientes relataram que a enxaqueca diminuiu pela metade a produtividade no trabalho (53% de redução).

O estudo também mostrou que 60% dos trabalhadores que têm enxaqueca grave perdem, em média, uma semana de trabalho por mês. E, apesar da maioria dos empregadores ter conhecimento sobre a enfermidade do colaborador (63%), apenas 18% tinha apoio no trabalho.

De acordo com a Novartis Brasil, 175 mil pacientes já fazem uso da droga. “As pessoas com enxaqueca passarão a contar com uma opção de tratamento preventivo com efeitos colaterais quase nulos”, destaca Luis Boechat, diretor médico da Novartis Brasil.




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